O amianto é um mineral natural, também chamado de silicato hidratado de magnésio (Mg3SI2O5(OH)4), pertencente ao grupo das serpentinas ou amianto branco. É conhecido por ter uma estrutura fibrosa flexível, fina e sedosa e está geralmente associado a rochas ultramáficas e pode formar jazidas de grande porte, com reserva de milhões de toneladas.
Entre as principais propriedades do Crisotila, que chamaram a atenção da indústria, estão a resistência mecânica, a tração superior à do aço, a resistência a produtos químicos e microorganismos, boa capacidade de filtragem, isolamento elétrico e acústico, durabilidade, flexibilidade, a facilidade em ser tecido ou fiado e afinidade com o cimento.
O material também é conhecido por não ser combustível, portanto, não inflamável. Na aplicação em produtos, em geral, é possível constatar leveza, durabilidade, segurança à saúde e baixo custo.
Utilização na Indústria
Entre as 30 variedades do amianto no mundo, apenas seis são usadas em quase três mil produtos. No Brasil, o Crisotila é usado principalmente em produtos de fibrocimento (cimento-amianto), como telhas onduladas, placas de revestimento, painéis divisórios e caixas d’água.
Em menor quantidade, o Crisotila também está na indústria de produtos de fricção, como pastilhas, lonas de freio, discos de embreagem para automóveis, caminhões, tratores, metrôs, trens e guindastes.
Pelo mundo, o Crisotila também está em tecidos para mantas de isolamento térmico de caldeiras e tubulações, em roupas especiais, em biombos de proteção contra o fogo, em filtros para indústrias farmacêuticas, de bebidas e de fabricação de cloro e soda, e em laminados de papel e papelão para isolamento térmico e elétrico.
É possível ainda encontrar o material em juntas de revestimento e vedação, isolamento térmico para indústrias aeronáutica e aeroespacial, revestimento de pisos e produtos químicos.
Risco Operacional de Veto ao Crisotila
A proibição do Crisotila representaria um grande prejuízo para o Brasil, pois as telhas de fibrocimento, o principal produto fabricado com Crisotila, têm uma importante função social por apresentar o menor custo com reconhecida durabilidade. A cadeia produtiva do Crisotila emprega 170 mil pessoas no Brasil, incluindo trabalhadores da mineração, das indústrias do setor de fibrocimento em 17 fábricas de 10 estados brasileiros e rede de distribuição.
A restrição ao uso causaria não só prejuízos comerciais a milhares de famílias como também à balança comercial. Além disso, a substituição de produtos de fibrocimento na construção civil elevaria gastos em 30%, enquanto a durabilidade dos produtos sem Crisotila seria reduzida em 60%.
O Uso Seguro do Crisotila e sua contínua utilização são apoiados por entidades e associações do setor da construção civil, entre as quais a Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco), Associação Brasileira das Indústrias de Material de Construção (Abramat), a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), a Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg), a Confederação Nacional das Indústrias (CNI), além de sindicatos e outros órgãos setoriais, como a Confederação Nacional dos Trabalhadores da Indústria (CNTI), a Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST), o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) e o Instituto Brasileiro do Crisotila (IBC). Nesse aspecto, destaca-se o papel do IBC, cujo objetivo é esclarecer a sociedade sobre o uso do Crisotila, além de promover estudos e pesquisas sobre o mineral, que podem ser consultadas no site: www.crisotilabrasil.org.br.
Legalidade
O ano de 2010 foi marcado por momentos decisivos para a indústria nacional do Crisotila. Um capítulo, em especial, ilustra muito bem a pressão exercida, por setores interessados no banimento do Crisotila, contra as indústrias que utilizam o mineral: o Relatório Publicado pelo Grupo de Trabalho da Comissão de Meio Ambiente da Câmara dos Deputados Federais em Brasília, o qual teve a relatoria do Ex-Deputado Edson Duarte (PV-BA). O documento, entre outros equívocos, atribuía ao uso do Crisotila danos à saúde dos trabalhadores e da população em geral, sendo que, em nível ocupacional, não se registra entre os trabalhadores admitidos, a partir da década de 80, um único caso de adoecimento provocado pela exposição à fibra. E no que diz respeito à exposição ambiental, jamais houve um único caso de doenças relacionadas a produtos com Crisotila registrado em qualquer parte do mundo.
Mas, o Instituto Brasileiro do Crisotila (IBC), do qual a SAMA é associada, cumprindo sua missão social, inclusive prevista em seu estatuto, de fornecer informações técnico-científicas a respeito do uso seguro do Crisotila, distribuiu diversos materiais aos Deputados pertencentes a essa comissão, esclarecendo que o risco à saúde é zero e totalmente controlado nesse setor.
Comprovada a inconsistência do Relatório, o documento não chegou sequer a ser votado, sendo arquivado no final da legislatura 2007-2010.